quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Como é que a gente pode ser feliz assim?

Tenho uma noção de mundo que vai mudando como a posição do sol num dia nublado: só percebo que mudou quando dá uma clareada no tempo.

Quando saí de casa fiz uma lista. Eu tinha metas e objetivos que pretendia cumprir em 10 anos, a partir daquele maio de 2004; está em algum lugar, em alguma mala que deixei por este país, mas eu lembro dos itens:
  1. Conseguir o intercâmbio na França: foi a única razão para eu ter feito Engenharia Biomédica.
  2. Entrar numa empresa que eu era (sou) fã e virar executivo um dia.
Do alto da minha (in)experiência posso dizer que a pior coisa que podia ter acontecido era alcançar os dois objetivos. Hoje falta a metade do segundo, mas é uma parte que não quero mais, porque eu odeio a simples ideia de gestão. O intercâmbio me fez perder o foco, ter mais sentimento que razão e me deu um monte de motivos para questionar o que faço e o que sou. Entrar numa empresa que eu admiro e virar executivo teria me tirado do chão, sem volta.

Fico feliz em ter virado um peão qualificado, como a gente se chama no trabalho. Quando seu trabalho tem um resultado físico, palpável, você tem escrito "fazendeiro" no nome e passou grandes momentos da infância numa carpintaria, dá pra trabalhar e não ver o tempo passar.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

On.The.Road.Again

Nota: texto sem sentido e sem edição. Confuso do começo ao fim.


Uma pessoa da geração Y vai ter um dúzia de dez empregos e mudar de carreira algumas vezes. Eu já fiz duas mudanças de carreira e vou fazer a terceira na próxima terça-feira. Me perdendo pra poder me achar - adoro essa próclise "errada" que a gente faz, me faz mais brasileiro que jogar futebol - é o mote que me guia, ou não.

Pois é. Novamente de mudança. Nesses últimos meses eu desaprendi tudo que tinha para desaprender. Tive meu diploma cassado extracurricularmente (existe?). Quis chorar e voltar pra casa. Quis largar tudo e morar em Alto Paraíso, numa dessas comunidades que se auto sustentam. Quis mandar o mundo catar coquinho. Mas encontrei colo onde eu procurei, e foi um alívio danado.

A ideia de escrever esse post veio como todas as outras: desabafar. Escrever à mão é cada vez mais cansativo, e digitar faz parecer que estou fazendo alguma coisa importante. E além disso tudo, não sei qual a maneira certa de procurar terapia. Porque eu sei que preciso de terapia.

Eu sou calado. Queria entender por quê. Talvez por me achar superior. Ou por medo de errar. Ou por que eu detesto pessoas que sabem de tudo, e eu acho que sei de tudo - um pouco de tudo. Ou por eu ser malcriado. Ou por ser altista sem diagnóstico confirmado. Ou por querer achar sentido nessa vida vazia e sem sentido. Ou por não me interessar nos assuntos de que as pessoas falam. Ou por que eu falo sozinho com a TV. Porque eu só quero falar o que seja relevante. Porque eu quero ser relevante.

Vinícius disse que tinha gente por aí que fala, fala e não diz nada. Sou fã desse cara. Porque ele foi relevante. Foi um dos que popularizou um coisa que a gente pode dizer que é nacional. Por causa da Garota de Ipanema. Por dizer que o whisky é o "cachorro engarrafado", o melhor amigo do homem.

Mas o post é sobre amigos. Eu não sei cultivar amigos. Não gosto de incomodar, então não visito se não for convidado com data e hora, e raramente ligo. Fico na defensiva quando me dão conselhos. Não dou conselhos.

Eu gosto de cães. Mas me comporto como gato: indiferente, sozinho, pobre. Só falta ser livre, como na música.

domingo, 19 de maio de 2013

Os dias são longos. Os anos, bem curtos

Minhas redes sociais me conectam com muita gente, me contam histórias e me fazem pensar. Toda vez que abro o Linkedin e vejo aquela gente bem sucedida eu penso "onde foi que eu errei, por que não segui o mesmo caminho deles e também sou bem sucedido??"

Porque eu não sou. Amanhã é segunda, e mais uma vez vou para o hospital como quem vai para a guerra. Não sei se vou sair vivo de lá; mas sei que não vou sair com um pingo de dignidade. Já me tiraram isso tem duas semanas. Meu chefe disse pra eu procurar outra coisa pra fazer, que nesse ramo eu não tenho muito o que fazer.

Indicaram terapia, que eu não me comunico direito. Daí eu pensei em pedir demissão, mas tenho conta pra pagar e não posso me dar ao luxo de errar. É uma pena que eu não tenha tido de ser babá de um velho cego e ranzinza que me ensinasse que o mundo não pesa só nas minhas costas e que eu tenho o direito de errar e fazer besteira. Nunca tive. E isso não quer dizer que eu nunca errei. Pelo contrário, erro mais que quem tem esse direito garantido.

Tem um mês que eu não durmo nem como direito. Não ligo pra casa - minha mãe liga, mas é estranho dizer que está tudo bem, porque não está. A namorada liga, mas ela tem suas preocupações, que, de verdade, são maiores que as minhas. Minha irmã está ocupada demais e meus amigos indicaram a terapia.

Estou perdido, rezando pra que amanhã seja sexta-feira.